terça-feira, 29 de dezembro de 2009

É já estamos há poucos dias do fim desse ano, sempre vejo na TV, na internet as retrospectivas, frases de efeito, relatos do que foi o ano...e eu queria definitivamente apagá-lo da minha vida, mas é provável que eu nunca esqueça o que foi o ano de 2009 para mim.
Engraçado pensar assim, mas no Natal de 2008 falei para minha prima que eu estava com medo do que estava por vir, pq por incrível que pareça depois de muito tempo tínhamos passado um Natal com a família reunida, todo mundo junto – bebendo, rindo, se divertindo, até a família da namorada do meu irmão estava conosco... Ainda bem que não sou vidente!
No final de janeiro tivemos uma perda grande, minha avozinha faleceu, tinha sido um mês difícil, idas constantes ao hospital, até que ela não agüentou – e infelizmente fui a primeira a saber, lembro até hoje do meu desespero em ter que falar com minha mãe, lembro do Ricardo indo buscá-la na outra sala...e do seu olhar quando me viu chorando – não precisei dizer nada.
Lembro que foi muito difícil para todos, pq ela era o alicerce da família, a conselheira, o colo, a estrutura... Minhas tias se desesperaram e minha mãe parecia a fortaleza em pessoa, mas com o passar dos dias a força toda que ela demonstrou foi se perdendo, a tristeza invadiu e com ela os demais problemas que foram aparecendo.
Durante meses fomos a vários médicos para tentar descobrir o que era a dor que minha mãe sentia, fez vários exames, tomou vários remédios, chegamos a pensar que era depressão e por esse motivo estava ficando fraca, emagrecendo – nesse meio tempo eu estava na loja da Claudia, fazendo entrevistas e tentando estar presente com minha mãe nas consultas médicas.
Quando finalmente fui chamada para começar a trabalhar, descobrimos que minha mãe estava com câncer... Como foi difícil, novamente fui à primeira, a saber, e não sabia como dizer a minha mãe, ao meu pai, ao meu irmão.
Foram e continuam sendo dias terríveis – adaptação no novo emprego, a doença da minha mãe, a bagunça que se transformou minha vida, minha casa – tive que aprender a dominar a cozinha, minha tia teve que fazer parte da rotina da família, pq minha mãe não podia e ainda não pode ficar sozinha, várias vezes tivemos que socorrê-la, várias vezes deixei de acreditar que minha mãe voltaria para casa... Várias vezes pensei: “Será mesmo que existe Deus?”, por várias vezes chorei, me desesperei, tive vontade de desistir.
Quando finalmente estávamos conseguindo respirar, que a radioterapia, a quimioterapia estavam devagar, mas estavam surtindo efeito no corpo da minha mãe, embora ela deixasse de ser aquela mulher cheia de vida, há quanto tempo não ouço a risada da minha mãe... A famosa risada que todos falavam – sua marca registrada... Quando achávamos que a tempestade estava passando – meu irmão resolve que estava na hora de acabar com a vida dele e se matou.
Sei que já falei muito isso, mas sinceramente não me canso, mesmo pq eu não esqueço – quando meu pai desceu da janela e disse: ele se enforcou, quando entramos no quarto dele, quando o vi enforcado, quando o Adalton o pegou no colo e disse: ele esta vivo, vamos correr com ele para o hospital, e tudo que se seguiu depois disso, minha mãe desesperada, meu pai, minha família toda dentro da minha casa... aquela dor, essa dor – eu nunca mais vou esquecer.
Hoje tenho saudade, muita saudade e fico buscando respostas, eu sei que nunca vou ter essas respostas, mas eu queria um motivo. Por quê??? Essa dor que sinto não é só por mim, por essa tristeza, mas também pelos meus pais que sempre fizeram tudo por ele...não tem um dia que eu não lembre, não tem um dia que não choro de tristeza, de saudade...não tem um dia que não penso em tudo que vivemos, em tudo que passamos e nesses últimos meses que foram tão dolorosos para nós quatro.
Tantas perguntas já me fiz e todas sem respostas...não consigo acreditar no que aconteceu, em como tudo aconteceu e principalmente no que perdi – meu irmãozinho, o tranqueira, chorão, medroso...alegre, feliz, contente...será que ele estava com depressão?? Quais eram seus reais problemas??? Cada um me diz uma coisa, cada amigo dele vem com uma teoria, mas sinceramente não acredito que eram amigos dele – senão tentariam ter ajudado antes.
Esta sendo difícil ainda levantar todos os dias de manhã, chegar em casa, não sei se um dia o tempo irá amenizar essa dor, pq sinceramente sinto a mesma dor de quando o encontrei...
Como eu já havia tido eu queria definitivamente apagar esse ano da minha vida, mas infelizmente ele fará parte da minha história...
Ah, mas teve uma coisa muito boa...sei que tem pessoas que posso sempre contar – sempre: primeiro meu amorzinho, o cara que posso contar sempre, por tudo que ele fez e continua fazendo, por essa força que ele me dá, por acreditar em mim, estar sempre presente – RIC amo muito você!!! As minhas amigas: Paty (que me segurou muito e olha que ela tinha acabado de colocar silicone, ficou presente o tempo todo, brigou comigo, mas estava lá...firme e forte), Claudia que foi mesmo sem saber como chegar na minha casa e ficou o tempo todo do meu lado, ela e a Paty não deixavam eu ir ao banheiro sozinha – ammmmmoooo vocês e não tenho como agradecer todo o cuidado, o carinho...todo o tempo que estiveram comigo...
E tem mais: A Regiane, Edilene, Robert – que estão sempre ao meu lado, conquistei e mantenho essa amizade, esse carinho...a Vânia, a Vivian, o Denis, a Lu, a Viviane...que estão sempre me ligando, me mandando mensagens...ammmmoooo todos vocês, quero que saibam que se não fosse a força que me dão, talvez eu não tivesse agüentado.
Claudia - Vânia...continuem me mandando essas mensagens lindas, contando piadas...me fazendo sorrir!!!
Esse ano foi muito ruim, espero e acredito que tudo seja diferente em 2010 – sem surpresas negativas, quero mesmo estar bem e feliz!!!!

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