segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sabe quando você acorda e não esta com vontade de fazer nada? Na realidade você nem deveria estar acordado? Estou me sentindo assim hoje, após uma noite de conflitos...tomei meu remédio para dormir e acordei as 23h30 sem sono algum...levantei, tomei outro e nada...passei a noite toda entre o dormir e o acordar, tendo vários sonhos...pesadelos para falar a verdade.
Sábado foi a festa da empresa, foi legal, mas ainda não me permitir me divertir de verdade, não consegui ser total, apenas uma parte de mim tenta enquanto a outra parte quer estar em casa, no quarto esperando a dor passar.
Sei que ninguém segue os conselhos e sei disso pq tenho recebidos muitos e não consigo sequer pensar neles...não desisto pq tem várias pessoas que esperam muito de mim e não quero decepcioná-los, mas na verdade eu queria dar um tempo de tudo, sumir por uns dias, mas voltando aos conselhos quero pedir que aproveitem cada segundo com seu pai, sua mãe, seus irmãos, pq dói muito quando acontece a separação...a separação forçada.
Hoje dou valor a cada segundo, a cada minuto, não me estresso mais com coisas pequenas, com futilidades, com intrigas profissionais...pq sei o que é ter um problema de verdade e sem solução...não consigo mais enxergar um futuro, nem como serão as coisas amanhã...o que me espera? Sei apenas que sinto falta.
Meu pai disse ontem que sente saudade, quando ouvi meus olhos encheram de lágrimas pq não consigo ter dimensão da dor que está sentindo, mas sei do que ele esta falando, o pior sentimento é sentir saudade de alguém que você nunca mais irá ver, nunca mais irá conviver...dá um nó na garganta, um aperto no coração.

SAUDADE

(Miguel Falabella)



Trancar o dedo numa porta doi.
Bater com o queixo no chao doi.
Torcer o tornozelo doi.
Um tapa, um soco, um pontape, doem.
Doi bater a cabeca na quina da mesa, doi morder a
lingua, doi colica,
carie e pedra no rim.
Mas o que mais doi é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra
mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que
nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se
ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se
verem, mas sabiam-se la.
Você podia ir para o escritorio e ela para o
dentista, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem ve-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se
amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra
uma saudade que ninguem sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa camisa xadrez.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ele tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre
ocupado, se ela tem assistido as aulas da faculdade, se ele aprendeu a entrar na
Internet e encontrar a pagina do Diário Oficial,
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele
continua preferindo coca-cola, se ela continua
preferindo Fanta, se ele continua sorrindo com
aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando
daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua
detestando o Mc Donald's, se ela continua lhe amando.
Saudade e nao saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais
compridos, nao saber como encontrar tarefas que lhe
cessem o pensamento, nao saber como frear as lágrimas
diante de uma musica, nao saber como vencer a dor de
um silencio que nada preenche.
Saudade e nao querer saber se ele esta com outra, e
ao mesmo tempo querer.
E nao saber se ela esta feliz, e ao mesmo tempo
perguntar a todos os amigos por isso...
E nao querer saber se ele esta mais magro, se ela
esta mais bela. Saudade e nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade e isso que senti enquanto estive escrevendo o
que voce, provavelmente, esta sentindo agora depois
que acabou de ler...

Um comentário:

Pod papo - Pod música disse...

Que texto bonito. A saudade dói demais, é uma dor incomparável, é uma dor diferente de todas as outras.

Beijos