terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sempre questionei as atitudes das pessoas, na verdade sempre me surpreendi com as pessoas...com aqueles que se dizem amigos, que se dizem inimigos, que se dizem indiferentes, no geral que sempre se intitulam alguma coisa e no fim não conseguem ser nada, usam máscaras de acordo com o ambiente, de acordo com o que é conveniente para cada um.


Com o suicídio do meu irmão aprendi que não conhecemos ninguém mesmo, que por mais que achamos que conhecemos alguém – não o conhecemos, pq cada um tem um “eu” que não mostra, que não se deixa apresentar...que se esconde em seu mundinho.

Cada dia aparece uma história diferente para explicar o inexplicável, cada um com sua teoria vem me procurar ou procurar meus pais para tentar esclarecer o que aconteceu com meu irmão, mas quem sabe??? Talvez nem ele se estivesse aqui conseguiria explicar os reais motivos.

Sei apenas que a ferida esta aberta, bem aberta e a cada indagação revivo o domingo do dia 25/10, lembro do desespero do meu pai ao chegar em casa e ter que dar a notícia a minha mãe, lembro dos gritos, da tristeza...eu queria muito poder sumir com a falta com meus pais sentem dele, queria conseguir ocupar esse estrago que ele fez em nossas vidas...queria vê-lo para bater nele e abraçá-lo, meu Deus como sinto falta.

Mas estou aqui, trabalho todos os dias e quando vejo que a saudade esta aumentando, eu escrevo...escrevo o que eu não consigo falar pq com certeza vou chorar, tento pensar em outras coisas, me ocupar com meus clientes ou então comer um chocolate...mas nada que eu faça substitui ou um dia vai substituir essa perda.

Aprendi que precisamos, que temos e que é quase uma obrigação dar valor aos pequenos gestos, as pequenas atitudes e aos pequenos momentos que passamos ao lado dos nossos pais, dos nossos irmãos, da nossa família, quanto aos amigos – esses são fáceis de saber se são de verdade: é só passar por um momento de tristeza e ai temos a certeza de quem esta realmente do nosso lado.

Hoje eu acredito que aprendemos com a perda, com a dor...que crescemos, mas não consigo dizer se o tempo é capaz de curar a ferida...pelo menos ainda não consigo dizer, quem sabe um dia.

Nenhum comentário: